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Colette
Um gato é aquele ser impassível que, sem cerimónias, pode instalar-se – a afirmar direitos e intimidades – exactamente sobre o caderno onde o dono está a escrever; mas é também aquele que é capaz de, distraidamente, se passear por cima de montes de papéis espalhados sobre uma secretária sem que o mais pequeno desvio se note depois da sua passagem. (...)
O gato é também aquele ser que nos olha com intensidade mas sem expressão, de forma que nas suas pupilas, mais ou menos dilatadas, apenas podemos descobrir um inteligente espelho de nós próprios e do mundo por trás de nós, ao mesmo tempo que no seu brilho encontramos a lampadazinha de que fala Adams, que devassa os caminhos para os tesouros insuspeitados existentes no nosso íntimo.
Maria Cândida Zamith Silva, A Figura do Gato como Capa para Considerações mais Profundas: Lope de Vega, Hoffman, T.S. Eliot
Peter Blake, The Owl and the Pussycat, 1981
I |
The Owl and the Pussy-cat went to sea
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II |
Pussy said to the Owl, 'You elegant fowl!
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III |
'Dear pig, are you willing to sell for one shilling
Edward Lear, Nonsense Poetry and Art |