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Prédios antigos sorriem estremunhados
na rua amanhecida.
Os gatos nas vidraças
alagam as distâncias de líquidas dormências.
Talvez que um barco naufragado
rasgue uma onda
no infinito arco-irisado dum telhado.
Na mágica visão
da serra a abrir-se em luz de um sol nocturno
os pássaros aflitos
recolhem-se nos tufos das heras maternais
que se esgueiram errantes
nos espaços inesperados das névoas matinais.
29 de Dezembro. 1994
Maria Almeira Medina, Sem Moldura, Edição da Câmara Municipal de Sintra, 1996